quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

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Eu costumo falar muito no tempo aqui, mas só agora eu vejo como ele é fundamental para a compreensão das coisas que acontecem com a gente.

Estou de volta, só digo isso.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Carta aberta ao Presidente Lula

A iraniana Mina Ahadi, porta voz do Comitê Internacional contra a Execução e do Comitê Internacional contra o Apedrejamento, escreveu uma carta aberta ao presidente Lula. Nela, agradece a oferta de asilo feita pelo Brasil a Sakine Ashtiani, iraniana acusada de adultério e por isso condenada à morte pelo método bárbaro do apedrejamento, mas pede ao presidente que, acima de tudo, deixe de prestar apoio ao regime dos aiatolás. Lula tem feito reitaradas declarações em favor do governo iraniano. Nesta terça-feira, em reunião do Mercosul em San Juan, na Argentina, Lula voltou a criticar o Conselho de Segurança da ONU por impor sanções àquele país. "O Irã é um país com um regime criminoso e brutal", diz Mina. "Um governo que apedreja e executa, que prende pessoas todos os dias e corta suas mãos e pés.” Abaixo, a íntegra do texto endereçado ao presidente Lula:

Carta aberta ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva
Um regime que apedreja não deveria ser reconhecido

Caro presidente Lula da Silva,

Sua oferta de conceder asilo no Brasil a Sakine Ashtiani, sentenciada à morte por adultério, é um passo importante para salvá-la, assim como a seus filhos. Espero que, com os esforços internacionais e com as ações de milhares de pessoas, nós possamos salvar Sakine. Que ela e seus filhos se abracem novamente em breve.

Enquanto escrevo esta carta, vejo à minha frente o rosto de Maryam Ayoubi, que foi apedrejada até a morte em 2001. Vejo os rostos de Shahnaz, Shahla, Kobra e dezenas de outras mulheres que foram enterradas até o peito e mortas por pedras arremessadas contra elas. Eu ainda vejo tudo isso diante dos meus olhos. As vozes das crianças que me ligaram para dizer: “Nossa mãe foi apedrejada até a morte” – ainda consigo ouvi-las. Esse é o regime islâmico. Os governantes do Irã não sobreviveriam um dia sem execuções e terror, sem espalhar o medo. Mesmo que o regime islâmico tenha retrocedido um pouco por conta da pressão em favor de Sakine, ele ainda espalha o medo na sociedade executando outros prisioneiros, especialmente os políticos.

Hoje, dia 2 de agosto, nove prisioneiros foram sentenciados à morte em Kerman. Em Teerã, seis prisioneiros políticos foram sentenciados à morte, entre eles Jafar Kazemi, que pode ser executado a qualquer momento. Zeynab Jalalian, um outro prisioneiro político, também corre o risco de ser morto em breve. Há mais pessoas na lista de execução: Mohammad Reza Haddadi foi setenciado à morte enquanto era menor; acaba de completar 18 anos e pode ser executado a qualquer momento. Há mais de 130 menores na prisão, com penas semelhantes. O regime islâmico é o único do mundo que executa menores.

Presidente Lula da Silva, hoje há 17 famílias de prisioneiros políticos em greve de fome na frente da prisão de Evin, em Teerã. Elas prestam solidariedade à greve de fome que seus filhos começaram lá dentro, dias atrás. Esse é um protesto contra a brutalidade das autoridades carcerárias com os presos políticos. O destino de três jovens alpinistas americanos e as lágrimas de suas mães também entristeceram a população. Esse regime prendeu parentes do senhor Mostafaei, o advogado de Sakine Ashtiani, e os levou como reféns até que ele se entregue.

Presidente Lula da Silva, o Irã é um país com um regime criminoso e brutal. É um regime assassino que deve ser condenado por todas as pessoas e governos. Permita-me, como uma representante do povo oprimido do Irã, dizer que não quero apenas salvar Sakine e abolir o apedrejamento, mas também pedir a todos os líderes nacionais que não reconheçam o regime islâmico como representante dos iranianos, mas sim como o assassino desse povo.

Esse é um regime que apedreja e executa, que prende pessoas todos os dias e corta suas mãos e pés. Nenhum outro governo do mundo realiza tantas execuções per capita quanto ele. Tal regime não deveria ser reconhecido por organizações internacionais ou chefes de estado.

Cordialmente.
Mina Ahadi
Porta voz do Comitê Internacional contra a Execução e do Comitê Internacional contra o Apedrejamento

Fonte: www.veja.abril.com.br

domingo, 11 de julho de 2010

Ainda é nossa!

Somos possuidores do melhor futebol do planeta. Talvez por isso, nós, os torcedores brasileiros, não aceitamos a derrota tão bem. Mas como disse um dos jogadores da Holanda ao final do jogo: "Ganhamos do Brasil! Agora o céu é o limite."

A Copa do Mundo ainda é nossa!

sábado, 5 de junho de 2010

Três vezes?



Retiro a gabolice. Esse jogo é fácil demais. Três tentativas, três milhões.

Melhor que investir na bolsa de valores.

Ganhei!


Nada pra fazer... fui ganhar um milhão de reais no Um Contra Cem, do Roberto Justus!

Na primeira tentativa!!! uhahauhauahua

Por isso que ele não me chama!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Changing

Encerrando Ciclos
(Fernando Pessoa)

"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.... Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará! Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..

E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão"
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Something is changing in my heart.

Something very deep.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Três amores


É, são lindas mesmo. Eu sei!

E são minhas! rsrs



* foto de Vanda Simões

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Barreirinhas


Um deserto às margens da Amazônia. Um verdadeiro santuário. Uma das obras mais lindas de Deus na Terra!

Se quiser conhecer, visite o site: MiniGuia Barreirinhas.

É simples e muito esclarecedor. E tem umas dicas ótimas!

Abraços!

domingo, 25 de abril de 2010

Alimentação


Uma pesquisa chamada de “Investigação Prospectiva Européia em Nutrição e Câncer”, publicada neste mês de abril no Jornal do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, concluiu que o poder de frutas e outros vegetais em prevenir o câncer não é tão grande como se pensava. A pesquisa foi divulgada pelos principais jornais do mundo com um recado desanimador para quem segue à risca a recomendação atual médica de se consumir cinco porções de frutas/vegetais por dia para reduzir o risco de uma série de doenças, inclusive o câncer. O jornal The Guardian publicou: “O consumo de vegetais tem pouco impacto no risco de câncer”; o jornal The New York Timespublicou “O consumo de vegetais não previne o câncer”.

A pesquisa revelou que o consumo de duas porções e meia de frutas/vegetais por dia é capaz de reduzir o risco de câncer em 3% e o consumo de cinco porções diminui esse risco em 9%. A pesquisa envolveu cerca de meio milhão de pessoas de 23 centros de pesquisa e 10 países europeus. Os resultados foram discordantes de pesquisas anteriores que chegaram a evidenciar que o consumo de cinco porções diárias reduz o risco de câncer em 50%. Usando-se um copo como referência, uma porção significa: ½ copo de frutas picadas, ou ¾ copo de suco natural, ou 1 copo de folhas verdes, ou ½ copo de vegetais crus ou cozidos. Com esses novos resultados, ainda faz sentido a recomendação da Organização Mundial da Saúde de “cinco porções por dia”? A resposta é SIM e os argumentos são fortes.

1 - O hábito das “cinco porções por dia” traz benefícios inequívocos à saúde dos vasos sanguíneos, com redução expressiva dos riscos de infarto do coração e derrame cerebral. Essa é a atual recomendação da Associação Americana do Coração. Uma recente metanálise revelou que o risco de derrame cerebral é reduzido em 26% entre as pessoas que consomem pelo menos cinco porções diárias e em 9% entre aqueles que consomem três a cinco porções;

2 - Apesar de essa nova pesquisa ter revelado uma redução de risco de câncer de uma forma geral mais modesta do que se chegou a pensar anteriormente, resultados prévios da mesma pesquisa já haviam demonstrado que as frutas/vegetais têm mais efeito protetor sobre alguns tipos de câncer, especialmente aqueles que têm mais associação com o tabagismo e alcoolismo, como o câncer de boca, esôfago, intestino e pulmão;

3 - O consumo das cinco porções por dia é uma poderosa arma para manter o peso em dia. Vale lembrar que a obesidade só perde para o tabagismo como fator associado ao câncer que pode ser prevenido;

4 - Frutas/vegetais são ricas fontes de fibras, regulam a função intestinal, e é bem reconhecido que podem reduzir o risco de câncer de intestino.

Os resultados dessa última pesquisa não mudam a atual recomendação das “cinco porções por dia”. Os benefícios para a saúde de uma forma geral vão muito além da redução do risco de câncer.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pau da Bandeira



Festa do Pau da Bandeira, Barbalha, Ceará.

O rito é assim: escolhem uma árvore gigante, cortam-na, deixam o tronco secar e uma multidão o carrega de um sítio distante para o centro da cidade em seu ombro. Colocam-no em pé em frente à Igreja Matriz de Santo Antônio, padroeiro da cidade.

Enquanto isso, uma carroça carregada de cachaça acompanha o cortejo. O festejo atrai cerca de 350 mil pessoas.

Santa cana, né?
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Mas a foto é linda.


sexta-feira, 2 de abril de 2010

O símbolos que se perderam

Uma mentira, pra assumir a forma da verdade, precisa de um tom de ingenuidade. Dessa maneira, elas entram na nossa vida, e sem que percebamos estamos difundindo uma idéia que, na superficialidade, parece ser verdadeira, mas não é.

Muitos símbolos e palavras que conhecemos não foram criadas com o significado que têm hoje. A palavra sacrfício, por exemplo, era a forma que os profetas e patriarcas tinham de falar sobre os atos considerados santos, sagrados (sacro+ofício). Não se referia a penitências e sangue. Sacrificar era tornar santo, atingir uma consciência mais elevada. Hoje, ela tem uma conotação bem diferente. Ela é diferente! Ela é outra coisa, e não há o que mude isso! Por conta de uma transgressão, intencional ou não, da interpretação.

A suástica também (muito discutida hoje por conta do participante do BBB 10). Ela existe há milênios e era utilizada para designar coisas sagradas, religiosas. Em culturas diversas, aparentemente sem relação umas com as outras, elas surgiram e estavam sempre relacionadas à boa sorte e honra (seja com os braços para o sentido horário ou anti-horário). Então, um grupo de pessoas que se reunia para defender o que acreditava ser verdadeiro e bom para seu país e para o mundo, deu origem ao Nazismo e se utilizou da suástica como seu símbolo. Nada mais natural, já que defendiam algo tão nobre (sob o seu ponto de vista, claro). Entretanto, eles foram protagonistas do maior genocídio que o nosso planeta já vivenciou. E o símbolo mudou. Ele é diferente! Ele é outra coisa, e não há o que mude isso!

Então, nós temos que ter cuidado com as bandeiras que levantamos, para que não sejamos confundidos com os que andam na contramão (se é que me entendem). Apesar de nazista significar simplesmente nacionalista, você não se considera um, não é verdade?

Abra os olhos para o real significado das coisas, antes que a ingenuidade das mentiras tome conta de você.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Coca


Lembrei de uma tia, quando eu li. rsrsrs

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O que acontece quando você ingere Coca-cola

Primeiros 10 minutos:
10 colheres de chá de açúcar batem no seu corpo (100% do recomendado diariamente). Você não vomita imediatamente pelo doce extremo, porque o ácido fosfórico corta o gosto.

20 minutos:
O nível de açúcar em seu sangue estoura, forçando um jorro de insulina. O fígado responde transformando todo o açúcar que recebe em gordura (É muito para este momento em particular).

40 minutos:
A absorção da cafeína está completa. Suas pupilas dilatam, a pressão sanguínea sobe, o fígado responde bombeando mais açúcar na corrente. Os receptores de adenosina no cérebro são bloqueados para evitar tonteiras.

45 minutos:
O corpo aumenta a produção de dopamina, estimulando os centros de prazer do corpo (fisicamente, funciona como com a heroína).

50 minutos:
O ácido fosfórico empurra cálcio, magnésio e zinco para o intestino grosso, aumentando o metabolismo. As altas doses de açúcar e outros adoçantes aumentam a excreção de cálcio na urina, ou seja, está urinando seus ossos, uma das causas das Osteoporose.

60 minutos:
As propriedades diuréticas da cafeína entram em ação. Você urina. Agora é garantido que porá para fora cálcio, magnésio e zinco, os quais seus ossos precisariam. Conforme a onda abaixa você sofrerá um choque de açúcar. Ficará irritadiço. Você já terá posto para fora tudo que estava no refrigerante, mas não sem antes ter posto para fora, junto, coisas das quais farão falta ao seu organismo.

Pense nisso antes de beber refrigerantes.
Se não puder evitá-los, modere sua ingestão!
Prefira sucos naturais.
Seu corpo agradece!

sábado, 20 de março de 2010

Nossa turma



Um craque do futebol, alucinado pelo Corinthians. Não, não é o Ronaldinho. É o Cascão!

Personagem de Maurício de Sousa, criado em 1961, inspirado em um garoto de Mogi das Cruzes que não gostava de tomar banho. Tem um porco como animal de estimação, um melhor amigo meio careca que fala enrolado e apanha quase todo dia de uma gordinha enfezada.

Ele e sua turma fizeram parte da minha infância. E muitas características desses personagens eu consigo encontrar hoje em grandes amigos meus:

- Tenho um amigo baixinho e gordinho como a Mônica (mas não enfezado), que hoje namora a minha irmã que tem o apetite da Magali e o ciúme da Pipa, melhor amiga da Tina (sem a gordura dela, claro! que fique beeeem claro isso!!!:)).

- Tenho um cunhado Astronauta que vive na lua, casado com a minha irmã que tem a meiguice da Rosinha (namorada do Chico Bento).

- Tenho também um amigo que não é baixinho, mas que já tá bem gordinho, já foi muito enfezado, como a Mônica, e que insistiu muito tempo em ser Do Contra. Hoje é casado com uma doce criatura, linda e cheia de estilo, como a Tina.

- Tenho outro amigo que tem o cérebro do Hiro e dorme como o Fido (cachorro do Chico Bento), que casou com a Aninha (sempre achando que tem muita menina dando em cima do Titi).

- Obviamente, eu não poderia deixar de citar aqui o amigo mais forte da turma, o Paulão (semi-inimigo do Rolo), sempre disposto a dar uma surra em alguém e apaixonado pela Poti (como o Papa-Capim), com quem casou.

- Tenho também a Cabeleira Negra (não pelas madeixas), mas por ser a soberana de todos os piratas espaciais, linda, sedutora e cruel. rsrsrs

- Moro com o Louco, que é casado com a Thuga (não sai do pé do Piteco).

- E sou filho do Dr. Olimpo com a Dona Marocas (professora do Chico Bento, amável, mas exigeeeente).

Bom, se eu tivesse tempo, escreveria durante 3 dias e não terminaria. Até porque a gente sempre vai descobrindo características novas nas pessoas. Algumas, por exemplo, tem mania de Maria Cascuda, que só toma banho de veeeez em quando.

É isso!

ps: foi dar corda pra doido.

Pense BEM


----- (...)

Katherine estendeu o braço e recolheu um minúsculo grau de areia do piso da varanda, erguendo-o para Trish ver.
- O que me parece - disse ela - é que, basicamente, seu trabalho sobre metassistemas permite calcular o peso de toda areia de uma praia, pesando um grão de cada vez.
- Basicamente, é isso mesmo.
- Como você sabe, esse grãozinho de areia tem uma massa. Muito pequena, mas mesmo assim uma massa.
Trish aquiesceu.
- E justamente por esse grão de areia ter uma massa ele exerce uma força de gravidade. Ela também é pequena demais para ser sentida, mas existe.
-Certo.
- Então - disse Katherine -, se nós pegarmos trilhões de grãos de areia como este e deixarmos que atraiam uns aos outros para formar, digamos, a lua, a força da gravidade combinada deles será suficiente para mover oceanos inteiros e fazer subir e descer marés por todo o nosso planeta.
Trish não sabia aonde Katherine pretendia chegar, mas estava gostando do que ouvia.
- Então vamos elaborar uma hipótese. - falou Katherine, descartando o grão de areia - E se eu dissesse a você que um pensamento, qualquer idéia minúscula que se forme na sua mente, possui uma massa? E se eu lhe dissesse que um pensamento é uma coisa de verdade, uma entidade mensurável, com uma massa mensurável? Minúscula, é claro, mas ainda assim uma massa. Quais seriam as implicações disso?
- Hipoteticamente falando? Bem, as implicações óbvias seriam: se um pensamento tem massa, então ele exerce uma força de gravidade e pode atrair coisas para si.
Katherine sorriu.
- Você é boa. Agora avance mais um pouco. O que acontece se muitas pessoas começam a se concentrar no mesmo pensamento? Todas as ocorrências desse mesmo pensamento passam a se consolidar em uma só, e a massa acumulada dele começa a aumentar. Portanto, a sua gravidade aumenta.
- Certo.
- O que significa que... se um número suficiente de pessoas começar a pensar a mesma coisa, então a força gravitacional dessa idéia se torna tangível e exerce uma força de verdade. - Katherine deu uma piscadela - E ela pode ter um efeito mensurável no nosso mundo físico.

----- (...)

O pensamento humano pode literalmente transformar o mundo físico.

Pense BEM.

* Trecho retirado do livro O Símbolo Perdido, de Dan Brown.

domingo, 14 de março de 2010

O vício do ser humano


Sempre que as coisas estão indo bem, logo vai subindo em nós uma inquietação, um prurido, uma agonia e, rapidamente, arrumamos um conflito. Seja dando ouvido a uma fofoca qualquer; seja se ofendendo nas entrelinhas da fala de alguém; ou mesmo se envolvendo com coisas/pessoas que a nossa consciência já nos provou serem danosas à nossa saúde.

Isso porque o ser humano é viciado em problema. O vício (remetido erroneamente apenas ao uso de drogas) é um grave defeito que torna uma pessoa inadequada para certos fins ou funções, segundo o Aurélio. Ele tende a encobrir as nossas necessidades mais íntimas, às vezes inconfessáveis, que não sabemos como satisfazê-las. E acaba sendo menos doloroso envolver-se com ele do que expor as nossas carências. Então, faz-se do vício, ao mesmo tempo, tanto uma fuga da realidade como um analgésico para as nossas dores mais obscuras.

A família desenvolve um papel fundamental, pois a fraqueza de um é compensada pela força do outro. É nela que a gente tem que encontrar o equilíbrio pra superar a dificuldade, mesmo que esta seja ser viciado em conflito. Uma família unida, equilibrada e divina por assim dizer, é a nossa maior fonte de prudência. Cabe a nós, então, reconhecer quem são os nossos familiares (seja de sangue, seja de crença, seja de espírito), e quais são as obras de Deus na nossa vida.

Pra quem ainda está confuso, basta lembrar que Deus é Deus de paz, e não de confusão.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Desertor da trincheira do direito


Desertor da trincheira do direito

Miguel Peixoto

A partir desse momento

Não lhe preocupam mais

As lides processuais

Prescrição, depoimento

Queixa crime, julgamento

A sentença e seu efeito

Quem é o juiz do feito

Qual é da súmula o teor

Você é um desertor

Da trincheira do direito


Não impetra mais ação

Data venia não diz mais

Embargos também não faz

Nem faz impugnação

Mandado de injunção

Por você não será feito

Não se declara suspeito

Nem contra nem a favor

Você é um desertor

Da trincheira do direito


Precisa a sociedade

De ação reipersecutória

Ordinária, rescisória

Ou dissecção da verdade

De quem peça a nulidade

Ante o contrato imperfeito

De quem exija o respeito

Ante o agente agressor

Mas você é desertor

Da trincheira do direito


Você correu da tribuna

Não respondeu ao libelo

Em vez de Bernardes Melo

Você hoje lê Fábia Luna

Fala com Ricardo Prona

Não usa disputa ou pleito

Trata de exame e leito

E de vasodilatador

Você é um desertor

Da trincheira do direito


Você trata de embolia

De enxerto arterial

Fala em drenagem pleural

Em estase e isquemia

Já em deontologia

Mostra que o médico é sujeito

Ao código de ética aceito

Ao qual não pode se opor

Você é um desertor

Da trincheira do direito


Sobre Evandro Lins não fale

Um piauiense douto

Não fale em Vilela Souto

Sobre Rui Barbosa cale

Não cite Miguel Reale

Um acadêmico insuspeito

Um jurista de conceito

Poeta e educador

Que você é desertor

Da trincheira do direito


Hoje o que mais o seduz

Não é show, teatro ou cine

É ler Euclides Zerbini

É falar de Oswaldo Cruz

Seu negócio agora é SUS

Angina que ataca o peito

Já está ficando afeito

A tratar com morte e dor

Você é um desertor

Da trincheira do direito


Nem ações nem desavenças

Salvo ações auxiliares

Como as médico-hospitalares

Pela cura das doenças

Nada de acórdãos, sentenças

Ou de juiz contra feito

Ao condenar um sujeito

Por falha do defensor

Você é um desertor

Da trincheira do direito


Nova bandeira desfralda

Dessa vez a da saúde

Mas saiba do ataúde

A vida se desgrinalda

Nada pode a esmeralda

Quando o caso não tem jeito

A morte leva de eito

Qualquer um seja quem for

Até você desertor

Da trincheira do direito


Ao menos guarde o rubi

Esta insígnia vermelha

Que lhe serviu de centelha

No seu tempo de Davi

Lutando aqui e ali

No combate ao preconceito

Disseminando o preceito

Da justiça e do amor

Que você é desertor

Da trincheira do direito

Agora em silêncio

(...)

No mundo de cá, as relações se dão na superfície. Eu fico sobre uma pedra no rio e, enquanto você estiver na outra, saudável, amoroso e alto-astral, nós nos amamos. Se você afundar, eu não mergulho para te dar a mão, eu pulo para outra pedra e começo outra relação superficial. Mas o que pode ser mais arrebatador nesse mundo do que o encontro entre duas pessoas? Para mim, reside aí todo o mistério da vida, a intenção mais genuína de um abraço. Encontrar alguém para encostar a ponta dos dedos no fundo do rio - é o máximo de encontro que pode existir, não mais que isso, nem mesmo no sexo. Encostar a ponta dos dedos no fundo do rio. E isso não é nada fácil, porque existem os dragões do abandono querendo, a todo instante, abocanhar os nossos braços e o nosso juízo. Mas se eu não atravessar isso agora, a minha arte será uma grande mentira, as minhas histórias de amor serão todas mentiras, o meu livrinho será uma grande mentira porque neles o que impera mais que tudo é a lealdade, feito um Sancho Pança atrás do seu louco Dom Quixote, é a certeza de existir um lugar, em algum canto do mundo, onde a gente é acolhido por um grande amigo. É por isso que eu tenho de ir. E porque eu não quero passar a minha existência pulando de pedra em pedra, tomando atalhos de relações humanas. Eu vou mergulhar com o meu amigo, ainda que eu tenha de ficar em silêncio, a cem metros de distância. Eu e o meu boneco de infância, porque no meu mundo a gente não abandona sequer os bonecos que foram nossos amigos um dia.

Agora em silêncio, tentando ensinar dragões a nadar.

Texto atribuído a Rita Apoena.

Texto completo: Link

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O Juramento



Doutores em humilhação

Agredir e insultar um homem a caminho do trabalho é obviamente inaceitável. Pior quando os agressores estudam medicina

Debora Diniz* - O Estado de S.Paulo


Três rapazes agridem um senhor em uma bicicleta com um tapete de carro. A força do impacto leva o homem a se desequilibrar e cair da bicicleta. Excitados pelo impulso sádico, os rapazes teriam gritado "ô, nego". Um grupo de testemunhas denuncia os rapazes à polícia. Eles são presos, o que poderia ser considerado um desfecho justo ao ritual de humilhação racial e de classe. Mas o Centro Universitário Barão de Mauá, no interior de São Paulo, decidiu também expulsá-los do curso. Eles estudavam medicina.

O que há de tão grave nessa história, além da injúria racial e da agressão física a um homem inocente a caminho do trabalho? O fato de os três rapazes estudarem medicina. Esses são desvios inaceitáveis para qualquer cidadão, mas particularmente inquietantes quando seus autores são futuros médicos. Há um espaço simbólico reservado ao médico em nossa vida social: a ele cabe o conforto, a escuta e o cuidado. Há uma expectativa de acolhimento universal que não distingue cor, idade, sexo ou religião. Um pacto silencioso de confiança é o que nos move ao entrar em um consultório médico: aquela pessoa de branco diante de nós está ali para cuidar de nosso medo da morte.

Dos médicos se espera mais do que o simples cumprimento das regras fundamentais da cidadania: é preciso uma consciência ética sobre o lugar sagrado que socialmente lhes é reservado. Por isso, não pode haver médicos racistas, sexistas ou violentos. As crenças privadas de um médico são simplesmente seus valores sobre o bem viver, o que não lhes confere nenhuma autoridade para julgar ou reprimir moralmente seus pacientes. Um ginecologista, por exemplo, não tem o direito de expressar suas inquietações homofóbicas ao atender uma paciente lésbica, assim como um obstetra de um hospital público, na ausência de colegas que o substituam em um plantão, deve atender uma mulher com autorização para o aborto legal. Esses encontros atualizam a consciência ética que todo médico deve ter ao exercer a medicina.

O homem da bicicleta foi humilhado pelos três rapazes que acreditavam ser divertido agredir ou assustar pessoas a caminho do trabalho. O exercício da humilhação é um instrumento de poder dos fortes e os médicos são indivíduos com poder sobre o corpo vulnerável de um paciente. Mesmo que não estivessem ainda no exercício da medicina, os rapazes testavam os limites das vantagens conferidas pela desigualdade de classe e de raça que contornam nossa vida social. Se um dia vierem a ser médicos e ainda distantes da consciência ética sobre a dor do outro, eles terão outros homens da bicicleta como pacientes e diante deles expressarão semelhante desprezo. Certamente, não mais os agrediriam com um tapete nas costas, mas com a indiferença pelo sofrimento.

Muito se fala na humanização da medicina e das outras profissões de saúde. Essa expressão é uma forma simples de traduzir alguns dos valores fundamentais que devem acompanhar a formação ética dos futuros médicos. Um bom médico não é apenas aquele que se atualiza nas técnicas e conhecimentos sobre sua especialidade, mas é principalmente aquele que se aproxima de seu paciente e é capaz de entender as sutilezas do seu sofrimento. O reconhecimento do papel simbólico do médico está diretamente relacionado ao exercício desses atributos. Por isso, no sentido mais clássico da expressão, um bom médico exercita a nobreza de caráter.

A expulsão do curso de medicina não deve ser entendida como um ato de vingança ou de duplo castigo. Os rapazes foram submetidos a duas ordens de julgamento. A primeira foi penal e resultou na prisão temporária e no pagamento da fiança pela agressão. A segunda foi ética e anuncia um sinal importante dado por aqueles que se preocupam com a formação dos futuros médicos - há valores fundamentais à consciência ética de um médico e um deles é o respeito ao humanismo. A decisão da faculdade em expulsá-los indica que, apesar da intensa mercantilização da medicina, a ética importa para a formação médica.

Há vários desafios éticos na formação das novas gerações de médicos. O modelo brasileiro de saúde pública se vê continuamente ameaçado pela sedução mercantil da medicina dos desejos, como é o caso das cirurgias estéticas. A medicina deve ser uma prática que reconhece a universalidade da condição humana e não simplesmente o poder de consumo de seus pacientes. O medo da morte e as fragilidades que nos acompanham são parte de nossa condição humana compartilhada e desconhecem qualquer diferença que nos situem como trabalhadores negros ou estudantes brancos de uma faculdade privada.

* Antropóloga, professora da Universidade de Brasília e pesquisadora da Anis: Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Coming back



I´m coming back home!

Uhuuu!!!