sexta-feira, 19 de junho de 2009

A força da memória



Algumas coisas que a gente experimenta na vida deixam marcas pra toda eternidade. Geralmente estão associadas a emoções fortes que remetem à dor, à felicidade ou ao prazer. E não é à toa. A parte do cérebro responsável pela memória está intimamente ligada com o sistema emocional, mais especificamente um tipo de memória, a implícita. As informações que transitam por lá muitas vezes nem precisam da participação consciente, e geram respostas diferentes das instintivas, pelo seu caráter condicional.

Pra que se entenda melhor: o instinto está relacionado aos reflexos incondicionais, tipo os do bebê quando nasce (sugar, segurar, equilibrar); já a memória implícita é condicionada a algum estímulo. É lá que fica guardada a informação de que o pudim de leite que a sua avó fazia quando você tinha 8 anos é o melhor do mundo. Mesmo que o sabor de outros já o tenham superado, a associação com os bons momentos que a infância traz é capaz de modificá-lo. É ela que faz você mudar a estação do rádio quando toca aquela música dolorosa, e que pode fazer um simples cheiro ligar um 'curta metragem' na sua cabeça.

E é por isso que mesmo não ouvindo mais Djavan ou Ana Carolina, não tomando mais sorvete com batata frita, nem montando mais quebra-cabeças, eu ainda sei exatamente como são cada uma dessas coisas!

Legal, né?

(texto dedicado aos leitores implícitos deste blog... rsss)

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